loader image

9

9/10

BAD

ANO

GÊNERO

SUPER RESENHA

Quando eu era criança pequena lá nos anos 80, eu gostava de ganhar discos no meu aniversário. Não raro, algum parente ligava lá em casa perguntando que presente eu queria ganhar e eu já tinha algum disco na minha lista para pedir.

Em janeiro de 1988, alguém ligou e eu pedi o Bad, do Michael Jackson. Curiosamente, eu acabei ganhando outro disco igual. Não sei se eu me confundi e pedi o mesmo disco para duas pessoas ou se alguém resolveu me dar de presente sem me perguntar antes. Fato é que eu fiquei com os dois: mantive um lacrado e ficava ouvindo o outro.

Quando o primeiro arranhasse ou coisa assim, eu abriria o segundo e tudo certo. Só para contextualizar o momento de vida em que estava o MJ, este disco foi lançado quase 5 anos após Thriller (aquele disco que mais vendeu no mundo). Não houve uma turnê para promover Thriller, visto que o MJ foi “convidado” por seus pais (com grande influência da sua mãe) para gravar e excursionar com os irmãos Jacksons na turnê Victory.

As músicas do Thriller foram tocadas ao vivo, pela primeira vez, nestes shows. Depois, MJ se juntou a Lionel Richie para fazer o “We are the world” e só depois começaram as gravações de Bad. Como em “Off the wall” e “Thriller”, novamente o produtor foi o grande Quincy Jones (não perca o documentário “Quincy” na Netflix).Após o lançamento de Bad, aí sim houve uma turnê mundial para promovê-lo.

Há uma gravação de um show dessa turnê no estádio de Wembley, em qualidade VHS, porém com indiscutível qualidade da performance.

A capa do disco já é impactante: vemos um MJ com cara de mau, vestido com uma roupa preta cheia de acessórios prateados e… branco!!! Sinceramente, eu não consigo me lembrar se a imprensa deu muito destaque a isso à época mas, para mim, não importava se ele era preto ou branco, como ele mesmo viria a cantar depois. Até porque a foto poderia ter sido feita com algum truque de iluminação e tal. Como o tempo provou, MJ estava mesmo em um processo de embranquecimento mas, naquela época, eu achava que era apenas uma excentricidade, maluquice de artista com muito dinheiro sem ter com o que gastar.

O disco é aberto com a faixa-título, seguido por “The way you make me feel” (para quem gosta, procurem no YouTube um dueto do MJ com Britney Spears no ano de 2001), um ótimo começo. Seguem “Speed Demon”, que eu não gosto tanto e “Liberian Girl”, esta sim, uma ótima música. O lado A é encerrado com a parceria com o mestre Stevie Wonder em “Just good friends”, que eu também acho média.

O lado B é matador, aliás, seria mais um exemplo do curioso caso de as músicas do lado B serem melhores que as do lado A? O lado B começa por “Another part of me”, fantástica, seguida por “Man in the mirror”, um hino, “I just can´t stop loving you”, “Dirty Diana”, muito boas músicas e fechando com “Smooth criminal”. Não teria melhor maneira de encerrar o disco. Somente duas músicas não foram escritas pelo MJ: “Just good friends” e “Man in the Mirror”. Esta última foi escrita pela Siedah Garrett (que faz o dueto em “I Just can´t stop loving you”) em parceria com Glenn Ballard (ele mesmo, o cara que produziu e compôs as músicas “Jagged Little Pill” com a Alanis Morissette).

Mesmo 12 anos após sua partida, o mundo ainda ama o Michael Jackson e, ainda mais, quem foi criança nos anos 80. O clipe de Thriller no Fantástico, o We are the world, a câmara de oxigênio, o jogo Moonwalker, o macaco Bubbles, o rancho Neverland… tem um monte de referências dele que persistem no nosso imaginário. Sem querer polemizar, e já polemizando, eu diria que Bad é tão bom ou melhor que Thriller, mas certamente essa é uma discussão inútil. Na dúvida, ouça os dois!

SUPER DISCO

Sobre o autor

Fernando é farmacêutico, professor universitário e músico amador. Apaixonado por música desde que se entende por gente.

Mineiro de BH radicado em Natal/RN há 7 anos.

Para sacar suas aventuras musicais: youtube.com/fhanogueira

Você também poderá gostar
A Momentary Lapse of Reason
Voodoo Lounge
O MILAGRE VEIO DO ESPAÇO
Rádio Pirata